Localizado junto ao miradouro de São Pedro de Alcântara, o "La Fiorentina" abriu a sua primeira filial fora do Rio de Janeiro, na capital portuguesa. Tendo recentemente saído do Leme e aberto portas em Ipanema e Barra, o conceito de restauração italiana carioca chega agora a Lisboa, ficando situado numa área famosa pelos casarões do século XIX, bares animados e lojas exclusivas, bem próxima do Príncipe Real.

Fundado em 1957 na “cidade maravilhosa”, é conhecido sobretudo pelo seu ambiente boémio e alegre, sendo frequentado por algumas das maiores celebridades dos meios artísticos e intelectuais brasileiros. “Tal como no Rio, também aqui em Lisboa, a nossa especialidade vai ser a cozinha italiana de grande qualidade, mas a preços acessíveis”, partilhou o empresário Omar Peres, conhecido carinhosamente como “Catito”, aos convidados, numa inauguração que contou com dois dias. Antes de abrir ao público, Omar realizou dois eventos de inauguração, a 9 e 10 de abril: o primeiro, destinado a artistas e jornalistas portugueses; o segundo, no qual tive o prazer se ser incluído, para amigos portugueses e brasileiros residentes em Portugal.

O próximo espaço a ser aberto será em Madrid, em Espanha. Tal como no Rio e agora em Lisboa, todas as filiais do “La Fiorentina” vão ter as paredes cobertas por fotografias e autógrafos. Entre as imagens da filial portuguesa, podemos encontrar dispostas em molduras as de Tom Jobim, Jô Soares, Chico Anysio, Glauber Rocha e de muitos outros actores e músicos brasileiros facilmente reconhecíveis. Rita Hayworth, Brigitte Bardot e Jean Paul Belmondo figuram ao lado de Amália Rodrigues, Jorge Palma, Raul Solnado, Carminho, Ricardo Pereira, Margarida Vila Nova, Carlos Avilez, entre outros do panorama artístico nacional.

Além disso, o "La Fiorentina" lisboeta conta com 120 lugares e está aberto todos os dias a partir do meio-dia, com a cozinha sempre a trabalhar. Omar “Catito” Peres, que também adquiriu há 10 anos outro restaurante icónico do Rio de Janeiro, o Bar Lagoa, fundado há 90 anos, explica que o “La Fiorentina” alfacinha vai funcionar “até ao último cliente”. De facto, a filial de Lisboa funcionará “sem hora certa para fechar”, garantiu, considerando ainda que, mais do que um restaurante, o espaço pretende ser uma “referência cultural” de encontro e convívio a qualquer hora do dia ou da noite.


La Fiorentina
Rua São Pedro de Alcântara, 65, Lisboa
Horário: aberto todos os dias a partir do meio-dia, sem hora certa para fechar
Reservas: 966 367 028


Caruso retratou desta forma alguns dos muitos frequentadores conhecidos do restaurante carioca

0 comentários

A artista japonesa Yayoi Kusama (Japão, 1929) expõe em Serralves, até 29 de setembro, mais de 160 pinturas, desenhos e esculturas sobre a sua história de vida e obra. A mostra "Yayoi Kusama: 1945 – HOJE" está organizada cronologicamente e por temas: Infinito, Acumulação, Conectividade Radical, Biocósmico e Morte e Força de Vida. Esta é a maior retrospectiva da artista na Europa e, em simultâneo, a sua primeira mostra individual no nosso país.

Os mais de 160 trabalhos narram a história da vida e obra da artista japonesa, hoje com 95 anos, e exploram a sua carreira desde os seus primeiros desenhos, realizados na sua adolescência, durante a Segunda Guerra Mundial, às suas obras mais recentes de arte imersiva. A curadora da exposição, Filipa Loureiro, revelou que a exposição não se circunscreve ao museu, mas estende-se também ao parque de Serralves onde as suas famosas abóboras amarelas com bolinhas pretas e o "Narcissus Garden" (esferas de aço inoxidável de diferentes dimensões) estão a ser exibidas.

A exposição reúne imagens pintadas por Yayoi Kusama ao longo da sua carreira. Essas imagens transmitem as suas experiências psicológicas e emocionais, bem como a ideia de infinito. Além disso, a exposição inclui obras mais antigas que abordam a destruição testemunhada durante a Segunda Guerra Mundial. Entre os trabalhos expostos, encontram-se padrões circulares que funcionam como metáforas para o sol, a terra e a lua. Também estão presentes peças "semi-representacionais" com cores fortes e saturadas, retratando perfis de mulheres e brotos de flores em cenas que simbolizam a vida humana e vegetal. Esta exposição foi concebida e organizada pelo Museu de Cultura Visual M+ de Hong Kong, em colaboração com a Fundação de Serralves e o Museu Guggenheim de Bilbau.


Mas quem é Yayoi Kusama?

 

Ela é uma das artistas mais importantes do nosso tempo, conhecida pelas suas instalações imersivas chamadas "Infinity Mirror Rooms". A sua estética incorpora luz, bolinhas e abóboras. Kusama ganhou destaque nos anos 1960 em Nova Iorque, onde realizou happenings provocantes e exibiu pinturas alucinatórias com loops e pontos, que ela chamou de "Redes Infinitas". Além disso, ela influenciou Andy Warhol e antecipou a ascensão da arte feminista e pop. As suas obras já foram exibidas no Museu de Arte Moderna, no Centro Pompidou, na Tate Modern e no Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio. Em 1993, Kusama representou o Japão na Bienal de Veneza. Atualmente, o seu trabalho é regularmente vendido por valores de sete dígitos no mercado secundário. Ao longo de sua diversificada carreira, Kusama continuou a explorar os seus próprios transtornos obsessivo-compulsivos, sexualidade, liberdade e percepção.



 

Influências na sua obra


Surrealismo: Kusama foi inspirada pelo movimento surrealista, especialmente pelos trabalhos de Salvador Dalí, e também se interessava em explorar o subconsciente e a imaginação através da arte.

 

Minimalismo: Kusama também foi influenciada pelo movimento minimalista, especialmente pelos trabalhos de Donald Judd e Sol LeWitt. Apreciava a simplicidade e a limpeza das formas minimalistas, mas também gostava de subverter essas ideias ao adicionar os seus próprios padrões e cores.

 

Arte pop: Kusama participou no cenário artístico de Nova Iorque durante a era da arte pop e foi influenciada por artistas como Andy Warhol e Claes Oldenburg. Gostava da natureza popular e acessível da arte pop e incorporou alguns desses elementos nas suas próprias obras.

 

Cultura japonesa: Kusama cresceu no Japão durante a Segunda Guerra Mundial, e a cultura japonesa teve uma forte influência na sua vida e trabalho. Foi influenciada pela arte tradicional japonesa, como a arte do ukiyo-e e a cerimónia do chá, e também pela cultura pop japonesa, como a música e a moda.

 

Doenças mentais: Desde a infância, Kusama sofre de transtornos mentais, que influenciaram profundamente a sua arte. Utiliza padrões repetitivos para expressar sentimentos de ansiedade e obsessão, e incorpora elementos de alucinação e delírio em algumas das suas obras.




As abóboras e as bolas

 

Kusama tem um fascínio por abóboras desde a infância no Japão, e as bolas ou pontos também são uma obsessão que começou na sua infância, quando experienciava alucinações com pontos cobrindo tudo no seu campo de visão. Estes elementos têm sido recorrentes na sua arte.

Kusama tem utilizado a abóbora como um elemento fulcral na sua arte desde a década de 1950, incluindo esculturas de abóbora em várias formas e tamanhos, bem como pinturas e desenhos de abóboras. A abóbora para a artista é uma forma simples e humilde, mas também uma representação da fertilidade, da abundância e da vida. As bolas ou pontos, que exerceram uma experiência de "visão obsessiva" também se tornaram uma fonte de inspiração para a sua produção artística. Para Kusama, as bolas e pontos representam uma sensação de unidade e infinito. Já a abóbora é um objeto que transmite uma sensação de alegria e esperança, e é um símbolo recorrente da sua arte repleta de imaginação e a fantasia.


 

Como se tornou tão famosa?

Yayoi Kusama tornou-se famosa por várias razões. Em primeiro lugar, o fenómeno das redes sociais, especialmente o Instagram (verifiquem, por exemplo, #YayoiKusama ou #InfiniteKusama), desempenhou um papel crucial, com milhares de pessoas a se fotografarem nas suas instalações e a compartilharem nas respetivas redes sociais, criando uma enorme visibilidade para o seu trabalho. Além disso, a sua colaboração com a Louis Vuitton em 2012 e novamente em 2023 também contribuiu para aumentar a sua fama, trazendo a sua arte para o mundo da moda de luxo.



A mostra em Serralves é uma oportunidade única para os portugueses experimentarem a maior retrospetiva da artista japonesa na Europa que, mesmo aos 95 anos, continua a criar, apesar de viver há quase cinquenta anos num hospital psiquiátrico, quando o transtorno obsessivo-compulsivo e as alucinações que a atormentam desde a infância começaram a agravar-se. “Tem o seu atelier próximo do hospital, onde faz os tratamentos, mas continua a trabalhar todos os dias”, partilha Filipa Loureiro, curadora da exposição. Até 29 de setembro, no Porto, podem visitar a montagem da ambiciosa retrospetiva “Yayoi Kusama: 1945 — Hoje”.

0 comentários


Numa primeira e inovadora parceria entre uma casa de moda de luxo italiana e uma empresa espacial comercial, a Prada apresenta a sua colaboração com a Axiom Space, líder do sector e arquitecta da primeira estação espacial comercial do mundo, para os fatos espaciais lunares da NASA para a missão Artemis III. Sendo a primeira aterragem lunar com tripulação desde a Apollo 17 em dezembro de 1972, esta missão Artemis, planeada para 2025, será também a primeira a colocar uma mulher na Lua.

A Prada está incumbida de desenhar e produzir os fatos espaciais lunares para a missão Artemis III. O fato espacial AxEMU fornecerá aos astronautas capacidades avançadas para a exploração espacial, ao mesmo tempo que oferece à NASA sistemas humanos desenvolvidos comercialmente, necessários para aceder, viver e trabalhar na Lua e à sua volta. Evoluindo o design dos fatos espaciais da Unidade de Mobilidade Extraveicular de Exploração (xEMU) da NASA, os fatos espaciais Axiom Space X Prada foram criados para proporcionar maior flexibilidade, maior proteção para resistir a um ambiente hostil e ferramentas especializadas para exploração e oportunidades científicas. Utilizando tecnologias e design inovadores, estes fatos espaciais permitirão uma maior exploração da superfície lunar do que antes.

Os engenheiros da Prada vão trabalhar em conjunto com a equipa da Axiom Space Systems durante todo o processo de concepção para desenvolver materiais e características de raiz que irão proteger os astronautas contra potenciais problemas ambientais enquanto estiverem no espaço e no ambiente lunar. Lorenzo Bertelli, Diretor de Marketing do Grupo Prada, afirma que as décadas de experimentação e know-how de design da Prada - "que começaram nos anos 90 com o desafio da Luna Rossa para a America's Cup" - serão agora aplicadas ao design dos fatos espaciais lunares da NASA para a era Artemis.

Até ao momento, a Prada e a Axiom Space afirmam que estes novos fatos espaciais são uma versão melhorada do vestuário da NASA que os astronautas utilizam para as viagens espaciais. Os mesmos serão concebidos para serem mais flexíveis, proporcionarem uma melhor proteção contra as duras condições do espaço e estarem equipados com ferramentas avançadas que permitem aos astronautas fazer experiências e explorar a Lua com facilidade.


Os novos fatos utilizam tecnologias e técnicas de conceção novas e avançadas para ajudar os astronautas a explorar a lua de forma mais eficaz, mas tanto a Prada como a Axiom Space ainda não definiram quais são tais características. Michael Suffredini, Diretor Executivo da Axiom Space, afirma que "os conhecimentos técnicos da Prada em termos de matérias-primas, técnicas de fabrico e conceitos de design inovadores trarão tecnologias avançadas que serão fundamentais para garantir não só o conforto dos astronautas na superfície lunar, mas também as tão necessárias considerações sobre os factores humanos, ausentes nos fatos espaciais".

De acordo com o Professor Jeffrey Hoffman, que voou em cinco missões da NASA e realizou quatro passeios espaciais, a manutenção de um bom ambiente térmico é, de facto, o mais importante. "Um fato espacial é como uma nave espacial em miniatura. Tem de fornecer pressão, oxigénio e manter uma temperatura razoável", defendeu.


A missão Artemis III, com design da Prada, seguir-se-á à Artemis II, que envolverá o voo de uma cápsula à volta da Lua no final de 2024 ou no início de 2025. Esta missão Artemis II terá a primeira mulher e o primeiro astronauta negro a serem destacados para uma missão lunar - Christina Kock e Victor Glover, respectivamente.

0 comentários


Com uma nova formulação com 100 µg (4000 UI) de vitamina D3 dissolvidas em azeite extraído a frio, as pequenas cápsulas de gelatina mole da BioActivo Vitamina D Forte + contribuem para o normal funcionamento do sistema imunitário, nomeadamente dos ossos, dentes e músculo, uma vez que a vitamina D tem um papel importante no que respeita à absorção do cálcio.

Fabricado sob controlo farmacêutico, as 80 cápsulas do BioActivo Vitamina D Forte + são de tamanho reduzido o que faz com que sejam fáceis de engolir, contudo, podendo também ser mastigadas. Estudos científicos demonstraram que o BioActivo Vitamina D Forte + tem uma elevada absorção no organismo.

A vitamina D é uma vitamina solúvel em gordura, por isso é necessária a existência de gordura para a que a vitamina seja absorvida no intestino. Tal como outras vitaminas, a vitamina D é essencial para o nosso organismo. Existem vários tipos de vitamina D, porém as duas formas mais importantes são a vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol). A vitamina D3 é a forma que é sintetizada na pele quando nos expomos a uma quantidade razoável de luz solar, ou um tipo similar de radiação UV.

A vitamina D derivada da luz solar é uma fonte de vitamina D eficaz, mas apenas é produzida quando o sol está elevado. Em grande parte da Europa, isso só acontece durante o período de Verão e, portanto, só nessa época do ano será possível produzir níveis suficientes da vitamina D. A vitamina D2 encontra-se disponível apenas na alimentação, sendo produzida por determinados fungos e plantas quando expostos à luz ultravioleta. Ambas as vitaminas D2 e D3 requerem uma activação no fígado e nos rins para se tornarem biologicamente activas.

A ciência acreditava que as duas formas de vitamina D eram igualmente eficazes no corpo, contudo, dependendo do método de medição utilizado, a vitamina D3 acaba por ser 56 a 87% mais eficaz do que a vitamina D2 quando se trata de aumentar os níveis sanguíneos de vitamina D. Além disso, estudos apontam que a vitamina D3 seja armazenada no tecido gordo 3x de forma mais eficaz do que a vitamina D2.


A vitamina D tem uma série de funções importantes no organismo. Por exemplo, a vitamina D:

- É importante para a divisão celular normal

- Ajuda a manter ossos e dentes saudáveis

- Contribui para a normal absorção e utilização do cálcio e do fósforo

- Desempenha um papel importante no sistema imunitário e função muscular

 

Quanto a boas fontes, a vitamina D dificilmente é encontrada em vegetais, surgindo de forma reduzida nos lacticínios e em maior quantidade em alguns animais. Algumas das melhores fontes são: óleo de peixe, fígado de bacalhau, ovos, fígado e manteiga.

 


A importância da vitamina D

 

Embora a vitamina D não seja das vitaminas mais populares, é uma das mais importantes. Auxilia o organismo na absorção e utilização do cálcio, sendo essencial para o desenvolvimento dos ossos e dentes. Estas propriedades da vitamina D ajudam a prevenir doenças decorrentes da carência de cálcio, como a osteoporose e o raquitismo, afetando principalmente crianças e resultando em pernas arqueadas e joelhos voltados para dentro. Além disso, a vitamina D indiretamente estimula as funções nervosas, protege contra a fraqueza muscular, promove contrações musculares normais e regula o ritmo cardíaco. Também fortalece o sistema imunitário ao estimular o timo a produzir células que eliminam bactérias, vírus e outros micróbios causadores de doenças.


Apesar da sua importância em vários aspectos, a vitamina D só foi descoberta recentemente. Na década de 1930, os cientistas isolaram a substância do óleo de fígado de bacalhau, posteriormente chamada vitamina D. Descobriu-se também que o desidrocolesterol, encontrado na pele, produzia uma substância semelhante quando irradiado com luz ultravioleta. Devido à capacidade do organismo de produzir vitamina D quando exposto à luz solar, ficou conhecida como a "vitamina do sol". Curiosamente, apesar de ser classificada como uma vitamina, a vitamina D atua como uma hormona. Depois de ser ingerida através de alimentos ou suplementos, ou produzida na pele pela exposição ao sol, a vitamina D é metabolizada no fígado e depois nos rins, onde se torna utilizável pelo organismo. O excesso de vitamina D é armazenado nas células adiposas.




Em países ensolarados como Portugal, a suplementação de vitamina D pode parecer desnecessária, mas durante o outono e o inverno, quando a exposição solar é mais limitada, e devido à falta de tempo para uma exposição solar regular, pode ser necessário tomar suplementos, como é o caso do BioActivo Vitamina D Forte + de que aqui falo. É sempre recomendado tomar suplementos vitamínicos com alimentos para aumentar a sua absorção, especialmente as vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, que devem ser consumidas com alimentos que contenham alguma gordurosa.



 

0 comentários


Quinto filme do “franchise” (se é assim que se pode denominar) sobre o Anticristo, “O Génio do Mal - O Início” vem revigorar o universo deste género de terror com uma realização exímia, um excelente elenco e um argumento bem trabalhado. Eu fui assistir à sua antestreia a convite da NOS, no cinema do Colombo, e saí da lá com calafrios... sim, porque para mim há dois tipos de filmes de terror: os que abordam o sobrenatural, que metem desde Drácula a múmias, e os de origem religiosa, que abordam temas mais próximos, com os quais mais nos identificamos e que, por isso, mais tememos. Quem não se lembra de “O Exorcista” de 1973


Seguindo o exemplo de outras séries como Halloween ou The Exorcist, que receberam reinvenções e expansões modernas, “O Génio do Mal - O Início” (“The First Omen” no original) é a mais recente sequela de uma linha de terror de longa data. A funcionar como “prequela” do clássico "The Omen", com várias associações aos eventos deste primeiro filme da série e servindo como uma inesperada explicação sobre a paternidade biológica de Damien Thorn, "O Génio do Mal: O Início" passa-se em 1971 e acompanha Margaret, uma jovem americana enviada para Roma com o objetivo de servir a Igreja. Num convento italiano, depara-se com algo que a leva a questionar a própria fé e descobre uma conspiração aterradora que visa provocar o nascimento do mal encarnado...


Foi em 1976 que Richard Donner realizou o primeiro filme de "The Omen" (“O Génio do Mal”), com base num argumento de David Seltzer, onde os actores Gregory Peck e Lee Remick deram vida ao casal que adoptou Damien, um rapaz que mais tarde perceberam ser o filho do Diabo. Seguiram-se dois outros filmes, ambos a versarem sobre a ascensão de Damien na adolescência e na idade adulta. Em 1991, um filme para a televisão apresentou uma rapariga como o novo Anticristo e uma recriação, "The Omen" estreou nos cinemas em 2006, tendo sido seguida pela série televisiva "Damien". Neste novo capítulo, o espírito de continuidade dá-se precisamente no ecrã quando surge uma imagem de Gregory Peck numa fotografia.


Este “O Génio do Mal: O Início” pretende ser a origem dessa história, retomando a temática da trilogia original, mas centrando-se em algo pouco explorado pelos seus antecessores: o papel da mãe. Margaret (Nell Tiger Free), a jovem freira norte-americana que incorre numa tentativa de fazer os seus votos finais, não imaginava ver-se envolvida numa conspiração macabra com o objectivo de fazer nascer o Anticristo. Acolhida num convento administrado pela sinistra Irmã Silva (Sónia Braga), tudo aponta para que uma órfã ostracizada, Carlita (Nicole Sorace), com recorrência habitual no intitulado "quarto do mal”, esteja destinada a carregar no seu ventre o herdeiro das trevas. Este novo episódio especula sobre uma certa facção da Igreja, que pretendia redimir-se e reconquistar fiéis com a introdução do Anticristo na sociedade. No centro, temos a convincente postura de Margaret com a sua sanidade posta à prova. O contraste da sua presença numa noitada italiana ao lado do entusiasmado Paolo (Andrea Arcangeli), é afirmado quando ela se mostra bem-comportada, ao lado da sexy e eufórica Luz (Maria Caballero), sua colega noviça da ordem sacra.


Sob o comando da estreante realizadora Arkasha Stevenson — que até então apenas havia realizado episódios para televisão — a premissa dá vazão ao terror contemporâneo. Criaturas nas sombras, sustos ardilosos e ambientes escurecidos são técnicas que mais pertencem ao terror do século XXI do que à década que o filme homenageia. Contudo, originalidades não tardam a surpreender, evidenciadas logo ao início na abertura do filme, numa alusão algo perversa a uma das mortes mais famosas do filme original. O tom logo aqui estabelecido é apropriado e sintomático: assistir a “O Génio do Mal - O Início” é ser-se surpreendido constantemente, quer pela narrativa, quer, sobretudo, pela realização. Um domínio de Stevenson que demonstra, na composição de quadros e planos convincentes, uma mise-en-scène que nos conecta a um repertório do género (“Suspiria”, “O Bebé de Rosemary” e o já mencionado “O Exorcista” são alguns dos paralelos).


Quanto aos protagonistas, Nell Tiger Free é eximia no “malabarismo” que faz entre santidade e perversão, começando timidamente e desembocando numa crueza digna da actriz francesa Isabelle Adjani em “Possessão” (1981) — a qual parece homenagear no clímax. A antagonista Sónia Braga incorpora, com destreza, a postura incólume da Igreja Católica. Bill Nighy assume também uma das personagens principais, como Cardeal. E Ralph Ineson interpreta o religioso Brennan.

“O Génio do Mal - O Início” surge como uma ousada produção causada por um certo apetite de Hollywood por mais e novas sequências. E deixa um fio condutor que poderá resultar numa sequela... Mas é sem dúvida um filme que se propõe eficazmente a meter-nos medo, e muito.

 

0 comentários

Recentemente, através da plataforma Lego Ideas, que transforma os conceitos enviados pelos seus utilizadores em potenciais conjuntos, dois projetos feitos por fãs espelham fielmente o design de um rádio e de uma câmara vintage.

O rádio Lego vintage reproduz qualquer música fazendo uso do smartphone e do respetivo assistente de voz. Mehdi Rustamov, conhecido como dimexart, traz uma recordação do passado ao empilhar peças de Lego e criar um rádio vintage que pode reproduzir qualquer música. O designer capta o aspeto retro de um rádio de antigamente, desde os botões de volume às teclas, todos funcionais. Este modelo de rádio vintageé composto por 1130 peças Lego e, no início, dimexart apenas tinha feito uma versão em objeto do rádio em estilo retro. Contudo, em janeiro de 2024, modificou a parte traseira de forma a abrir como um leitor de cassetes, permitindo que os utilizadores introduzam os seus smartphones e peçam aos seus assistentes de voz para reproduzir qualquer música, tornando o rádio vintage totalmente funcional.

Para além dos botões e teclados de volume que funcionam, Mehdi Rustamov passou o seu tempo a desenhar a grelha do altifalante frontal, que é uma das suas partes favoritas do rádio Lego vintage. Também criou sintonizadores de roda dentada dentro do rádio vintage para que, quando se rodasse as partes frontais, o ponteiro vermelho balançasse para a frente e para trás.


Já o conjunto de câmara instantânea Polaroid é feito de 516 peças, capturando igualmente a nostalgia... De facto, aqui a Lego volta a embarcar numa viagem nostálgica com um modelo de réplica em peças da icónica Polaroid OneStep SX-70, com riscas de arco-íris. Revelado na LEGO Ideas, este projeto inclui até o mecanismo de clique caraterístico. Apesar do seu aspeto e som autênticos, é importante notar que esta versão Lego não consegue captar imagens. No entanto, o processo de construção continua a ser muito interessante e agradável!


Acompanhada por três "fotografias" instantâneas, onde uma das ilustrações fotográficas apresenta um retrato do inventor da Polaroid, Edwin H. Land, esta câmara foi concebida para interação, onde os utilizadores podem escolher uma fotografia Polaroid, colocá-la na câmara e simular a respetiva ejeção premindo o botão vermelho do obturador.


Peças em braille da Lego acessíveis a crianças cegas e com deficiência visual



Apesar da genialidade de alguns, a Lego não deixou de avançar. E após o anúncio inicial dos seus Braille Bricks em 2019, a Lego colocou o kit disponível para compra pela primeira vez. O anúncio foi feito após uma resposta esmagadora e positiva de todo o mundo. Até agora, a Fundação LEGO tinha distribuído os kits gratuitamente, como parte de um programa piloto, a organizações especializadas na educação de crianças com deficiências visuais.


As peças foram especialmente concebidas para ajudar crianças e adultos cegos e com deficiência visual a aprender braille. Cada um dos 287 Lego Braille Bricks é moldado com tachas para representar uma letra ou número diferente no alfabeto braille. Estas peças especiais estão disponíveis em cinco cores - branco, amarelo, verde, vermelho e azul - e são totalmente compatíveis com os brinquedos Lego existentes.



O conjunto Lego Braille Bricks também inclui duas placas de base, enquanto a embalagem integra um relevo em braille. Para complementar a experiência de brincadeira e apoiar o desenvolvimento de competências pré-braille, o Grupo Lego oferece uma série de "iniciadores de jogo" de apoio em Lego.com, que guiarão os utilizadores na orientação, fixação e empilhamento das peças através de jogos como Pedra, Papel, Tesoura, nos quais podem participar jogadores com visão total e parcial.


Rasmus Løgstrup, Designer Principal do Grupo Lego para os Lego Braille Bricks comenta: “Quando as crianças brincam, aprendem competências vitais para toda a vida, por isso ficámos entusiasmados com a receção que os Lego Braille Bricks tiveram em ambientes educativos. Fomos inundados com milhares de pedidos para os tornar mais amplamente disponíveis, por isso sabíamos que tínhamos de o fazer acontecer!”



Durante o programa piloto original, os Lego Braille Bricks foram testados em línguas como o dinamarquês, norueguês, inglês, português, alemão, espanhol e francês - incluindo caracteres especiais. Para começar, o kit ficou disponível para venda a 1 de setembro de 2023 - as versões italiana, alemã e espanhola apenas foram incluídas no início de 2024. 


O Grupo LEGO também estabeleceu uma parceria com a aplicação móvel gratuita Be My Eyes. A popular aplicação liga pessoas cegas e com visão parcial a empresas para as ajudar nas tarefas diárias através de uma videochamada em direto. Como parte da parceria, os colegas do Serviço de Apoio ao Cliente da Lego prestam assistência visual confidencial e em direto através da aplicação, abrangendo apoio numa vasta gama de tópicos, desde o unboxing até ao apoio geral ao produto.



Mike Buckley, Presidente e Diretor Executivo da Be My Eyes, afirma: "O facto de o Grupo Lego estar a investir na inclusão é enorme, porque muitas pessoas da comunidade cega e com baixa visão já adoram e apreciam os produtos Lego. A Be My Eyes sente-se incrivelmente honrada com a parceria com o Grupo Lego para permitir e inspirar a criatividade de construtores cegos e com baixa visão em todo o mundo".

0 comentários

Não sei se já haviam reparado no mais recente fenómeno... As marcas de moda de renome, como Gucci, Louis Vuitton, Dior e Ralph Lauren, têm ampliado o seu alcance para além da moda, adentrando também no mundo da gastronomia. Desde restaurantes requintados a cafés mais descontraídos, esta tendência não é totalmente nova, mas nos últimos anos tem atingido um novo patamar. Recentemente, a Louis Vuitton inaugurou o "LV The Place Bangkok", marcando presença no Sudeste Asiático.

A gastronomia está a tornar-se um luxo cada vez mais exclusivo, com a busca por estrelas Michelin e longas listas de espera em restaurantes tornando-se cada vez mais comuns. Estar presente em locais exclusivos e ter acesso a experiências únicas tornou-se um símbolo definitivo de estatuto, muitas vezes superando a própria qualidade da refeição. Ao adentrar na indústria de F&B, as marcas de moda de luxo estão a combinar um estilo intemporal com produtos gastronómicos requintados, proporcionando aos clientes uma experiência completa de luxo e sofisticação.

Vejamos alguns dos cafés e restaurantes mais interessantes neste contexto. Se gostam de comida e de moda, estes são os destinos a ter em consideração ao planear as próximas férias... 


 

LV The Place Bangkok

Anunciado como um conceito de flagship store de 360 graus - composto por uma boutique, um café, um restaurante do famoso chef Gaggan Anand e um espaço de exposição imersivo - o "LV The Place Bangkok" da Louis Vuitton abriu a 28 de fevereiro no recém-renovado Gaysorn Amarin em Banguecoque, na Tailândia. Neste novo e excitante espaço, dos elementos arquitetónicos inspiradores até à cenografia dinâmica e aos itens de menu originais num café e num restaurante, respetivamente, pode-se descobrir a amplitude da imaginação e da criação no universo Louis Vuitton.



Ocupando dois pisos do complexo comercial da baixa da cidade, o "LV The Place Bangkok" criou um ambiente de sonho a partir da sua localização de esquina, onde a fachada é realçada com formas de diamante gigantes que fazem lembrar o icónico monograma da marca e que brilham à noite. Do lado de dentro, a icónica casa de luxo francesa promete uma experiência indulgente como nenhuma outra: para além das criações da Maison, a loja também alberga o Le café, o primeiro café da marca no país, e o Gaggan at Louis Vuitton, um restaurante requintado dirigido pelo célebre chef Gaggan Anand.



Coach Restaurant

A marca de luxo americana Coach aventurou-se no espaço da alta gastronomia com o seu primeiro restaurante. O restaurante, aberto em Jacarta, na Indonésia, é suposto ser uma extensão do autêntico legado da marca na cidade de Nova Iorque. O design moderno de meados do século é uma prova disso e os estofos em pele macia e amanteigada são a representação do empenho da marca em oferecer luxo em pele.

Inaugurado a 4 de março, o restaurante e café Coach onde é possível acompanhar a mala Tabby com batatas fritas, situa-se junto a uma das boutiques da marca nova-iorquina na capital indonésia. O The Coach Restaurant e o The Coach Coffee Shop, ambos anexados à sua loja no Grand Indonesia Mall apresenta conceitos gastronómicos inspirados na cidade natal da marca. O restaurante - que tem uma réplica de um táxi amarelo da cidade de Nova Iorque pendurado de cabeça para baixo no tecto - é uma reinterpretação de uma churrascaria nova-iorquina, enquanto a cafetaria vende fatias de pizza e gelados, para além do café.



Há referências à marca em ambas as experiências, desde o logótipo "C" impresso no pão de um hambúrguer até aos uniformes usados pelos empregados, que foram concebidos pelo diretor criativo da marca, Stuart Vevers. Há várias razões para a abertura do primeiro restaurante Coach na Indonésia, de acordo com Todd Kahn, diretor-executivo e presidente da marca: o país tem uma população jovem - cerca de metade são Millennials, Gen-Z ou mais novos. Além disso, a marca tem vindo a expandir a sua presença no Sudeste Asiático nos últimos anos.



Ralph’s Coffee and Bar

O primeiro café desta icónica marca americana abriu em 2014 na cidade de Nova Iorque. Tal como a Ralph Lauren, a cafetaria apresenta um luxo discreto. Desde então, a marca tem aberto cafetarias em todo o mundo. Também introduziram a Ralph Coffee Experience sob a forma de camiões de café e quiosques em diferentes cidades. Agora, a Ralph's Coffee está desde dezembro de 2023 em Paris! Um café tipicamente americano em pleno Boulevard Saint-Germain. No coração de uma mansão do século XVII, este endereço funde com elegância o estilo autêntico e os requintados produtos gourmet num ambiente arborizado, pontuado por toques de tartan e lustres de cristal, onde cada degustação o transporta para o mundo chique e refinado da marca de moda.



Num ambiente com painéis de madeira, realçado por uma lareira de mármore verde, o ballet dos empregados de mesa vestidos com camisas às riscas verdes RL rodopia entre as mesas de latão. Entre paredes de carvalho esculpido, lustres de cristal, veludos e almofadas de tartan, servem as delícias doces adoradas pelo Sr. Ralph Lauren, como o brownie e o bolo de cenoura, acompanhados por uma excelente seleção de cafés de assinatura (vienense, americano, etc.), feitos a partir de grãos cultivados organicamente. Naturalmente, o endereço também serve uma série de outras bebidas gourmet e reconfortantes, como o matcha e o chai latte.




Dior Café

A casa de moda de luxo colaborou com o pâtissier-chocolatier francês Pierre Herme para abrir o Dior Café, um local onde as pessoas podem deliciar-se com sumptuosas sobremesas e o puro luxo que são assinatura da marca. Os espaços de restauração da marca estão presentes em Paris, com o restaurante Monsieur Dior, em Seul, com o Dior Café e noutras grandes cidades do mundo. Chegou mesmo a abrir uma cafetaria pop-up no Lago Como, em Itália. Mais recentemente, em dezembro de 2023, o café Dior abriu portas em Xangai com um número selecionado de ofertas e vistas panorâmicas sobre a cidade. Os interiores estão decorados com cadeiras houndstooth a preto e branco como uma ode ao falecido Christian Dior, que foi um dos primeiros designers a desenhar com este estampado na década de 1940.


O novo café funciona como uma extensão da boutique da marca em Taikoo Li, que abriu no ano passado como o quarto ponto de venda da Dior na cidade. O menu requintado vai muito além do café, tornando-o um verdadeiro refúgio para os entusiastas da moda e da gastronomia. Desde o mil-folhas de sésamo preto aos espargos fritos com tofu estaladiço, os clientes podem desfrutar de uma delicada fusão das cozinhas asiática e francesa, enquanto se encontram envoltos numa decoração sumptuosa. O interior elegante é ainda mais elevado por uma colagem de parede personalizada do artista francês Guy Limone.



Gucci Osteria

Dois ícones italianos juntaram-se para apresentar ao mundo a Gucci Osteria, uma série de restaurantes italianos dirigidos pelo famoso chefe Massimo Bottura. Tudo começou no complexo Gucci Garden do Gucci Museo de Florença, por acaso o local de nascimento da Casa Gucci, e tal veio a dar origem a restaurantes irmãos. A última Gucci Osteria de Massimo Bottura a nível mundial abriu as suas portas em Seul, na Coreia do Sul, no último andar da loja Gucci Gaok, no distrito de Itaewon. Esta é a quarta localização global do restaurante e a terceira fora de Itália, depois de Beverly Hills, na Califórnia, e de Tóquio, no Japão. O restaurante contemporâneo oferece uma experiência gastronómica da cozinha tradicional italiana incorporando elementos da paleta sul-coreana.



O design interior apresenta uma estética semelhante à do Gucci Osteria Tokyo, incluindo as luzes do teto, o pavimento em parquet e o mosaico de mármore colorido do terraço. Para além disso, uma sala de jantar privada que acolhe até oito convidados está disponível atrás de portas de vidro colorido. Denominada Sala dos Espelhos, o espaço apresenta espelhos de parede antigos que criam um ambiente para uma experiência gastronómica exclusiva.




Além destes exemplos, existem outros onde a alta-costura se entrelaça com a gastronomia, como o Vivienne Westwood Café, o The Blue Box Café by Tiffany & Co. e o Emporio Armani Caffè. Nestes locais, a estética da marca é harmoniosamente combinada com a excelência gastronómica. Esta é uma tendência em ascensão, na qual as marcas estão a criar espaços de estilo de vida que refletem a sua identidade de forma visualmente apelativa, visando alcançar mercados e demografias mais abrangentes.

 

Trata-se de uma estratégia de investimento para proporcionar aos clientes uma nova experiência holística, que transpõe o mundo online para a realidade física. Os clientes entram para fazer compras e depois desfrutam de uma refeição ou bebida, criando uma abordagem estratégica de marketing eficaz ao vender algo ao consumidor que ele não sabia que precisava.

0 comentários

40 megaestrelas, uma imagem magnífica: a Vogue britânica conseguiu reunir modelos, estrelas de cinema, músicos e magnatas para uma sessão fotográfica de despedida, pois representa a última de Edward Enninful como editor-chefe. Ligadas pela magnificência, pelo objetivo e por aparições na capa da Vogue britânica, uma “irmandade” de 40 mulheres reuniu-se para uma sessão fotográfica de moda única por Steven Meisel.

Edward Enninful, no seu último acto como editor-chefe da Vogue britânica, orquestrou um monumental tributo ao poder da feminilidade e da influência colectiva com a edição de março de 2024. Esta edição especial, que apresenta 40 mulheres icónicas na capa, é uma celebração de figuras influentes da moda, da cultura e da sociedade e uma declaração ousada sobre a evolução e os passos audaciosos dados pela revista sob a sua direção ao longo de seis anos e meio. A capa é uma homenagem às mulheres que não só deram forma à revista durante quase 108 anos, como também desempenharam um papel fundamental na orientação de Enninful ao longo da sua vida e carreira.

Compreendendo que nenhuma mulher isolada poderia encapsular os anos de transformação da revista, Enninful e a sua equipa optaram por uma capa de grupo que se apoiasse no poder do coletivo. Estas mulheres, selecionadas pelo seu notável impacto, personalidade, estilo e influência, elevaram-se acima da moda e da cultura para provocar uma mudança positiva na sociedade durante a década de 2020. Esta decisão levou a uma sessão fotográfica histórica com o famoso fotógrafo Steven Meisel em Nova Iorque, reunindo modelos, ícones do cinema, músicos, magnatas, lendas do desporto e estrelas dos meios de comunicação social de todo o mundo. Entre as estrelas da capa estão Karen Elson, Irina Shayk, Laverne Cox, Anya Taylor-Joy, Serena Williams, Rina Sawayama, Karlie Kloss, Jourdan Dunn, Amber Valletta, Precious Lee, Cindy Crawford, Jodie Comer, Gemma Chan, Adut Akech, Vittoria Ceretti, Gugu Mbatha-Raw, Cara Delevingne, Jane Fonda, Gigi Hadid, Linda Evangelista, Adwoa Aboah, Paloma Elsesser, Victoria Beckham, Ariana DeBose, Jameela Jamil, Oprah Winfrey, Salma Hayek, Miley Cyrus, Iman Abdulmajid, Christy Turlington, Selma Blair, Maya Jama, Kate Moss, Cynthia Erivo, Simone Ashley, Lila Moss, Anok Yai, Kaia Gerber, Naomi Campbell e Dua Lipa. O styling ficou a cargo de Edward Enninful, com cenografia de Mary Howard, da MHS Artists, e produção da PRODn. A beleza é obra do cabeleireiro Guido Palau, da colorista Lena Ott, da maquilhadora Pat McGrath e da manicura Jin Soon Choi.

A edição de março de 2024 da Vogue britânica também simboliza um momento de união, celebração e antecipação do que a próxima década nos reserva, personificando o espírito de união e o impulso para um mundo melhor que caracterizou o mandato de Enninful e o legado da revista. Depois de uma carreira que influenciou os escalões superiores da indústria através de cargos na i-D, W e American Vogue, Enninful defendeu a diversidade na edição britânica deste último título, no que muitos consideraram uma nova direção muito necessária para a histórica publicação.

O seu mandato assistiu a várias estreias memoráveis, como a contratação dos fotógrafos negros Misan Harriman e Kennedi Carter para fotografar histórias de capa, ambos em 2020, e uma série de cinco capas protagonizadas por activistas, modelos e criativos com deficiência para a edição de maio de 2023. Enninful também fugiu às normas etárias da indústria com uma edição de 2019 dedicada a mulheres com mais de 50 anos (com Jane Fonda na capa). As suas outras estrelas de capa incluíam Miriam Margolyes, de 82 anos, que posou nua para a edição do mês do orgulho do ano passado, e Dame Judi Dench, então com 85 anos.

Sobre esta última edição de Enninful, Christy Turlington, de 55 anos, uma das 40 estrelas da capa, reconheceu uma mudança na aceitação, dizendo à revista: "Estamos a melhorar na celebração das mulheres de todas as idades".

Edward Enninful vai agora assumir um cargo de consultor na editora da Vogue, a Condé Nast, um cargo que, segundo ele, lhe dá "a liberdade de assumir projetos criativos mais amplos". Chioma Nnadi, antiga editora digital da Vogue americana, vai, entretanto, assumir a direção da Vogue britânica, tornando-se a primeira mulher negra a ser nomeada para o cargo. Enninful já tinha apelidado Nnadi de "um talento brilhante e único, com uma visão real, que levará a publicação a patamares cada vez mais altos". Referindo-se ao seu novo papel na sua última carta do editor, Enninful está "determinado a continuar a defender a incrível variedade de vozes na moda e nos media, e a garantir que mantemos a explosão de energia dos últimos anos". "Dizemo-lo sempre, porque tem sempre de ser dito: Ainda há muito a ser feito", acrescentou.

A edição de março de 2024 apresenta antigas estrelas da capa, incluindo Oprah Winfrey, Victoria Beckham, Serena Williams e a ícone da representação Jane Fonda numa sessão fotográfica que marca o maior conjunto de mulheres alguma vez captadas para uma capa da Vogue. A capa apresenta também duas duplas de modelos de duas gerações, mãe e filha: Kate e Lila Moss, ao lado de Cindy Crawford e Kaia Gerber. Para além de Moss e Crawford, as colegas supermodelos Linda Evangelista, Christy Turlington, Amber Valletta, Iman e Naomi Campbell também posaram para a histórica sessão fotográfica.

Entretanto, as estrelas em ascensão das passerelles Adut Akech, Vittoria Ceretti e Anok Yai aparecem na capa como a próxima geração de supermodelos, ao lado de Gigi Hadid, Jourdan Dunn, Cara Delevingne, Irina Shayk e Adwoa Aboah. Não só a "realeza" da moda é reconhecida, como também os talentos britânicos da representação, como Jodie Comer, Simone Ashley, Gemma Chan, Cynthia Erivo e Gugu Mbatha-Raw, juntamente com as estrelas da televisão Maya Jama e Jameela Jamil.

Falando da sua última capa para a bíblia da moda, Enninful disse: "Aqui está: a minha 76ª e última edição da Vogue, seis anos e meio e 153 estrelas de capa depois”.

Aqui vos deixo o nomes das estrelas da capa tal como surgem, para fácil identificação:

Fila de cima: Karen Elson, Irina Shayk, Laverne Cox, Anya Taylor-Joy, Serena Williams, Rina Sawayama, Karlie Kloss, Jourdan Dunn

Segunda fila a partir de cima: Amber Valletta, Precious Lee, Cindy Crawford, Jodie Comer, Gemma Chan, Adwoa Aboah, Vittoria Ceretti

Terceira fila a partir de cima (a começar no meio): Gigi Hadid, Adut Akech, Paloma Elsesser, Victoria Beckham

Quarta fila a partir de cima: Gugu Mbatha-Raw, Cara Delevingne, Jane Fonda, Linda Evangelista, Miley Cyrus, Iman

Quinta fila a partir de cima: Ariana DeBose, Jameela Jamil, Oprah, Salma Hayek Pinault, Christy Turlington, Selma Blair

Sexta fila a partir de cima: Maya Jama, Kate Moss, Cynthia Erivo, Simone Ashley, Lila Moss

Fila de baixo: Anok Yai, Kaia Gerber, Naomi Campbell, Dua Lipa

Esta edição vem dar continuidade a um excelente ano de 2023, em que tanto as modelos de outrora, bem como Madonna, puseram em xeque a questão da segregação etária. A edição de outubro da Vanity Fair italiana fez uma homenagem às Top Models com um portefólio definitivo, onde durante meses, de Nova Iorque a Milão, passando por Paris, os fotógrafos Luigi e Iango procuraram as modelos que moldaram a ideia de beleza no século passado.


De repente, elas estavam de volta. Nas passarelas, nas campanhas publicitárias. Nas capas de jornais e revistas. Nos posts do Instagram e do TikTok. As supermodelos, deusas da moda consagradas nas décadas de 1980 e 1990, também se tornaram as estrelas de uma série de TV, The Super Models, com quatro episódios na Apple Tv+. Também a propósito das quatro top models “originais”, a edição britânica da Vogue fez um número especial em setembro de 2023 de que aqui dei conta.

Esta edição da Vanity Fair em particular, uma edição europeia que abrangeu as edições em Itália, França e Espanha, colocou uma questão sobre o mito da beleza, um projeto nunca antes realizado por esta revista. De facto, reuniu um grupo de mulheres na mesma capa, pela primeira vez (no passado, aconteceu no 100º aniversário da Vogue América, em abril de 1992, e no 30º aniversário da Vogue Itália, em outubro de 1994). Juntamente com os fotógrafos Luigi & Iango, a revista escolheu não só retratar as grandes e famosas tops como Naomi Campbell, Cindy Crawford e Carla Bruni, mas também a primeira de todas, a esplêndida Twiggy, descoberta e lançada nos anos 60, passando depois para os anos 70 por Lauren Hutton, chegando às actrizes-modelo como Amber Valletta, com uma capa tripla e uma longa reportagem.


Comecemos pela sua história: estes rostos foram um dos primeiros ataques ao patriarcado, ao mundo governado apenas por homens. De facto, as supermodelos tomaram o poder nas suas próprias mãos, ao ponto de se tornarem mais famosas do que as marcas de moda e beleza para as quais trabalhavam. Mas, por outro lado, como escreveu Naomi Wolf no seu ensaio de 1990 The Beauty Myth, acabaram por trabalhar contra as mulheres: a sua imagem tornou-se uma arma consumista capaz de padronizar as mulheres num único modelo, a supermodelo alta e magra, aprisionando a humanidade de todas no estereótipo de uma. Depois, coincidindo com o nascimento do movimento musical Grunge, deu-se a chegada de Kate Moss e, mais tarde, das modelos mais anónimas e menos reconhecíveis. Julgadas à distância, o seu desaparecimento e a chegada de uma beleza menos perfeita representam o início de uma mudança. Pela primeira vez, a fragilidade venceu a perfeição, a vulnerabilidade o poder.

E eis que chegamos aos dias de hoje: o regresso das “tops” é o último acto de uma revolução que está finalmente a fazer as pazes com a sua própria história. Depois de aprendermos, na última década, a apreciar diferentes corpos, formas e idades, uma nova ideia de beleza está finalmente a ganhar terreno: a do respeito e da diversidade. E a diversidade, por absurdo que pareça, também tem a ver com a beleza que não pode ser alcançada, a tal das “tops”. Beleza essa, no entanto, que não nos deve assustar, nem intimidar. Como escreve a activista americana Katie Sturino em muitos dos seus posts, esta beleza não nos deve assustar porque "os corpos dos outros não têm nada a ver com os nossos". E é aí que reside a questão: temos de aprender a eliminar os juízos de valor quando olhamos para a beleza dos outros e para os corpos dos outros. Magro ou bem torneado, conformado ou não, o corpo dos outros não nos diz respeito. E a beleza, a verdadeira beleza, não nos prende numa gaiola, mas liberta-nos. Aí está, numa única frase, a verdadeira revolução: a beleza livre.


E em todas estas edições que aqui menciono neste “post”, bem como na Vanity Fair de fevereiro de 2023 com Madonna na capa, abordou-se o “ageism”, ou seja, o preconceito de idade, um dos últimos preconceitos socialmente aceites e onde os psicólogos estão a trabalhar para mudar isso. Eles estão a analisar a discriminação em função da idade que permeia a cultura actual e a ajudar as pessoas a reimaginarem relações mais saudáveis com os seus "eus" mais velhos.

Desde os cremes faciais "anti-envelhecimento" aos postais de aniversário com piadas sobre o envelhecimento, passando pelos memes "OK, boomer", a mensagem é clara: ser velho é algo a evitar. Não importa que, se tivermos a sorte de viver uma vida longa, os estereótipos incorrectos sobre o envelhecimento prejudicam-nos a todos.


O preconceito de idade é definido como discriminação contra pessoas mais velhas devido a estereótipos negativos e incorrectos - e está tão enraizado na nossa cultura que muitas vezes nem nos apercebemos. Atualmente, a maioria das organizações tem departamentos de diversidade, equidade e inclusão (DEI) para lidar com questões como o racismo e o preconceito de género. Mesmo nesses departamentos, o preconceito de idade raramente aparece no radar... “O preconceito de idade é um pouco estranho, na medida em que ainda é socialmente aceitável em muitos aspectos", afirma Joann Montepare, doutorada, directora do RoseMary B. Fuss Center for Research on Aging and Intergenerational Studies da Lasell University em Newton, Massachusetts, e ex-presidente da Divisão 20 da APA (Adult Development and Aging). No entanto, é evidente que o preconceito de idade exerce uma série de efeitos negativos para o bem-estar físico e mental das pessoas e para a sociedade em geral.


A superestrela da pop, Madonna, afirma acreditar que as críticas ao seu visual actual têm muito menos a ver com a sua aparência do que com a resistência histórica de longa data à sua atitude descarada - combinada com um desejo de repelir as mulheres apenas por se recusarem a sair da ribalta à medida que envelhecem. "Um mundo que se recusa a celebrar as mulheres depois dos 45 anos e que sente a necessidade de as castigar se continuarem a ter força de vontade, a trabalhar arduamente e a ser aventureiras", escreveu.

"Tenho sido apanhada pelo brilho do preconceito de idade e da misoginia que permeia o mundo em que vivemos. Um mundo que se recusa a celebrar as mulheres com mais de 45 anos e que sente a necessidade de as castigar se continuarem a ser fortes, trabalhadoras e aventureiras. Nunca pedi desculpa por nenhuma das escolhas criativas que fiz, nem pela minha aparência ou modo de vestir, e não vou começar. Tenho sido degradada pelos meios de comunicação social desde o início da minha carreira, mas compreendo que tudo isto é um teste e estou feliz por fazer o caminho para que todas as mulheres atrás de mim possam ter mais facilidade nos próximos anos.”

E assim, brilhou na Vanity Fair, recriando “A Última Ceia”. Madonna surge simultaneamente como Virgem Maria e Jesus Cristo numa produção iconográfica para as edições “Vanity Fair” de Espanha, França e Itália. A sessão fotográfica também esteve a cargo da dupla Luigi & Iango. Segundo os fotógrafos, o objetivo era o de expressar “os valores que Madonna tem defendido, através do seu percurso artístico e da sua iconografia”. Numa das imagens de capa, pode ver-se Madonna, enquanto Maria, a chorar. A sessão durou dois dias, envolvendo mais de 80 colaboradores.



0 comentários