Baseado em factos reais, este filme marca a estreia do actor Andy Serkis como realizador. Para quem não o conheça pelo nome, Serkis ficou especializado em várias personagens digitais como o Gollum de “O Senhor dos Anéis” ou o Cesar de "O Planeta dos Macacos". Por outro lado, foi produzido por Jonathan Cavendish (filho da personagem principal, Robin). Produtor britânico que detém a trilogia “Bridget Jones”, “Elizabeth - A Era de Ouro” e “Jungle Book”, entre outros, no currículo, Jonathan decidiu contar a história dos seus pais no cinema.

No ano de 1958, Robin Cavendish (Andrew Garfield), carismático e aventureiro comerciante britânico, vê-se, de repente, paralisado pela poliomielite, uma doença viral e infecciosa que lhe atinge o sistema nervoso central, contraída em viagem de trabalho ao Quénia. Grávida do primeiro filho, a sua mulher, Diana Cavendish (Claire Foy), ouve dos médicos que ele nunca mais deixará a cama e que não deverá viver por muito mais tempo. Em profunda depressão por não mover nada abaixo da cabeça, incapaz de respirar pelos seus próprios meios, Robin, com apenas 28 anos, só deseja morrer. Mas o inabalável amor de Diana e o filho de ambos, fá-lo olhar de outra maneira para a sua situação e a desafiar os limites impostos.

Após o internamento por um ano de Robin, totalmente dependente dos cuidados médicos e de uma máquina que lhe possibilita respirar, Diana resolve fazer o impensável: ignorar os pareceres médicos e levá-lo para casa, onde dá início a uma demanda para melhorar as condições de vida dele e de todas as pessoas afectadas com paralisia. Na recusa em encarar a doença como algo que o impedia de viver, em 1962, quatro anos após o início da doença, Robin junta-se ao seu amigo Teddy Hall, um professor da Universidade de Oxford, para criar um protótipo de cadeira de rodas com respirador incorporado. Mais tarde, esse modelo veio a ser usado por milhões de pessoas com as mesmas dificuldades. Com o passar dos anos, usando a sua própria experiência como exemplo, Robin Cavendish acaba por ajudar vários técnicos a desenvolver aparelhos destinados a melhorar a qualidade de vida de pessoas que, de outra forma, estariam confinadas a uma cama, completamente dependentes dos cuidados de profissionais.

Com argumento de William Nicholson, este drama biográfico que marca a estreia na realização de Andy Serkis e que tem na cadeira de produtor Jonathan Cavendish, o único filho de Robin e Diana Cavendish, é interpretada por Andrew Garfield, Claire Foy, Hugh Bonneville, Tom Hollander, Ed Speleers e Dean-Charles Chapman. A composição de Andrew Garfield é notável, um dos grandes trunfos do filme, capaz de transfigurar a quietude da personagem numa energia expressiva, valorizando, dessa forma, o papel real e decisivo que Cavendish teve na evolução das condições de tratamento das pessoas com as mesmas limitações.

Composto por alguns divertidos trechos a la road movie, “Vive” trata-se de uma história real, muito inspiradora e instrutiva, cumprindo um papel informativo e esclarecedor. Para o filho de Robin, certamente serviu de catarse. Para nós, será sempre a inspiração de que nunca deveremos baixar os braços perante as adversidades...


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