Num hipotético futuro próximo, uma nação em conflito, devastada por uma guerra civil que apanhou o país inteiro de surpresa, é palco de uma jornada electrizante que atravessa os Estados Unidos. Nesse cenário caótico e imprevisível, um pequeno e destemido grupo de jornalistas embarca numa viagem ousada, explorando uma América à beira do abismo. Esses jornalistas passam a fazer a cobertura da guerra americana, cujo “gatilho” é o presidente, um fascista cujas ações fizeram com que dois estados tão politicamente distantes como o Texas e a Califórnia unissem forças contra si e o exército norte-americano. Nick Offerman interpreta a polémica personagem. 


O distópico "Guerra civil", protagonizado por Kirsten Dunst e Wagner Moura, é certamente um dos filmes do ano. Realizado por Alex Garland, conquistou a crítica e o público, e causou alguma agitação desde que chegou ao circuito cinematográfico nos Estados Unidos. Kirsten Dunst dá vida à Lee, uma fotógrafa que há anos regista cenas de terror e morte. Há também Joel, editor que se uniu a Lee para cobrir a guerra, interpretado pelo actor brasileiro Wagner Moura. Os dois vão a Washington na tentativa de entrevistar o presidente. Aproveitando a viagem, eles levam no carro Sammy, jornalista veterano do New York Times, e Jessie, fotógrafa estreante, vividos por Stephen McKinley Henderson e Cailee Spaeny, respectivamente.

Por isso, “Guerra Civil” está mais para o género “road movie”, em modo pós-apocalíptico, do que exatamente para um filme de guerra como parece fazer supor. Eles incorrem numa viagem de carro de Nova Iorque até Washington para documentar o que está a acontecer no coração político de uma América convulsionada. Neste sentido, como “road movie”, incorpora bem as narrativas episódicas e as casualidades. Em suma, “Guerra Civil” é mais do que um simples filme de guerra; é uma viagem reveladora pelas estradas dos Estados Unidos, com reviravoltas e questões políticas no centro da narrativa.

 


Sammy e Joel conversam, antes e durante a viagem, sobre as perguntas que farão ao presidente. E é aí que vamos descobrindo o que o déspota governante fez: ele está no terceiro mandato, algo que é inconstitucional de acordo com a Vigésima Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Essa emenda proíbe a mesma pessoa de ser eleita mais de duas vezes como presidente. No entanto, o filme não especifica a que lado político o presidente pertence, deixando em aberto se ele é republicano ou democrata. Além disso, o elenco do filme afirmou que o presidente retratado não é inspirado em Donald Trump. Como a própria Kirsten Dunst afirmou à revista Variety: "Não quero comparar porque essa é a antítese do filme. Ele é um presidente fascista. Não penso na personagem de Nick como uma determinada figura política." Por sua vez, Offerman, que interpreta o presidente, disse ao The Hollywood Reporter: "Honestamente, [a comparação com Trump] nem me ocorreu."
 

Por conseguinte, o filme não segue nenhuma ideologia, pelo que o realizador afirmou ao Entertainment Weekly: “Isso exige que o espectador faça a sua própria interpretação. O filme é opaco. Obriga o espectador a fazer perguntas”. Outra ideia interessante de Guerra Civil são as Forças Ocidentais, a união entre o Texas e a Califórnia. Enquanto o primeiro é tendencialmente um estado republicano, o último é democrata. "Dois estados que têm posições políticas diferentes declararam: 'As nossas diferenças políticas são menos importantes do que isso'", afirma o cineasta. "E o outro lado é que se você não conseguir conceber isso, o que está a dizer é que a sua posição política polarizada seria mais importante do que um presidente fascista."



Não é novidade para ninguém que à medida que as eleições se aproximam, tensões antes adormecidas - ou nem tanto assim - começam a irromper. Se conversas no intervalo no escritório, dentro de transportes públicos e principalmente na internet são dominadas pela temática política, no cinema, as coisas não poderiam ser diferentes, pois como diz o “ditado”: a vida imita a arte - ou vice-versa. Desta forma, com votações marcadas para novembro de 2024, os Estados Unidos vêem chegar às suas salas de cinema uma longa-metragem distópica que mergulha a terra do Tio Sam num caos político não tão distante da realidade.

Garland consegue juntar imagem e som para desenvolver a narrativa proposta. Com grandes produções no currículo, como “Ex_Machina” e “Aniquilação”, em “Guerra Civil”, o realizador britânico encontra aqui o seu melhor trabalho: mais maduro e mais bem preparado. Na história, somos atirados para o meio de uma guerra civil norte-americana capitaneada por diversas facções, com direito a cidades destruídas, ruas vazias e aparatos do que sobrou de um Governo em estado de alerta. Por outro lado, Garland aborda a questão do ofício jornalístico com alguma perversão - tanto do vício em adrenalina, quanto da morbidez em se insensibilizarem perante o horror. O conceito principal é mostrar como a indiferença se tornou a nossa realidade, normalizada através da repetição quotidiana. E o que torna “Guerra Civil” tão impactante é a sua aparente iminência. Embora se passe nos EUA, a sua história poderia facilmente ocorrer em qualquer parte do planeta. Não há vencedores nesta guerra fictícia, apenas perdedores, e o filme nos faz refletir sobre as tensões políticas e sociais que nos cercam. Uma obra que nos faz questionar: até que ponto a arte reflete a realidade e vice-versa?

 


Trata-se de um espetáculo cinematográfico que deve ser visto nos cinemas, com uma realização nervosa e imersiva (a fazer que parecemos estar dentro do filme), fotografia objetiva, banda sonora sólida e actuações marcantes do elenco que variam da angústia à leveza. “Guerra Civil” seguramente candidata-se a um dos filmes do ano. E a julgar pela sua performance, continua a liderar as bilheteiras americanas pelo segundo fim de semana consecutivo, arrecadando 11,12 milhões de dólares e atingindo um total de 44,8 milhões apenas nos EUA. Essa impressionante receita coloca o filme entre os cinco de maior sucesso da A24 em termos de bilheteira, uma produtora fundada em Nova Iorque em 2012. Vale lembrar que a A24 também é responsável pelo vencedor do Oscar de melhor filme do ano passado, “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo” Com um orçamento de 50 milhões de dólares, “Guerra Civil” representa o maior investimento da A24 até o momento. A produtora tem se destacado no cenário audiovisual, não apenas nos cinemas, mas também no streaming, com séries como “Beef”, disponível na Netflix. Na semana de estreia, o filme superou as vendas de bilhetes nos Estados Unidos, arrecadando um total de 25,7 milhões de dólares. A sua permanência no topo das bilheteiras deixou para trás três grandes lançamentos: o filme de terror sobre vampiros “Abigail”, a longa-metragem de guerra “The Ministry of Ungentlemanly Warfare”, realizada por Guy Ritchie e protagonizada por Henry Cavill, e o anime “Spy x Family código: branco”

 

"Guerra Civil" não apenas provoca e incomoda pela sua proximidade com a realidade, mas também se consolida como um sucesso comercial notável, reforçando a relevância do cinema como espelho da sociedade e das suas tensões políticas.




0 comentários

Ultimamente, as fronteiras têm vindo a esbater-se no mundo do luxo. Já lá vão os dias em que as casas de moda eram conhecidas apenas por uma única categoria de produtos... As marcas estão a expandir-se para novos territórios, como relógios, joalharia fina e até mesmo design de mobiliário. Nesse cenário e num registo oposto, a Bvlgari, parte do grupo LVMH, está a fazer história na indústria de artigos de couro e acessórios.

Recentemente, a Bvlgari contratou Mary Katrantzou como sua diretora criativa inaugural para artigos em pele e acessórios. Essa nomeação marca uma mudança estratégica e criativa no posicionamento da marca italiana no mercado de luxo. Não se trata apenas de capitalizar sinergias entre diferentes categorias de produtos, mas também de consolidar o domínio da LVMH como um dos principais intervenientes no mundo do luxo.


A convergência criativa entre a Bvlgari e Mary Katrantzou realça a afinidade natural entre as duas marcas. Mary Katrantzou é conhecida pela sua abordagem poética e exuberante à moda, enquanto a Bvlgari é famosa pelas suas joias deslumbrantes e artigos de couro de alta qualidade. Esta colaboração promete trazer novas ideias, inspirações e técnicas para o mundo dos acessórios de luxo, reforçando ainda mais a posição da Bvlgari como uma marca líder no setor de pele e couro.

A tendência de expansão para o setor de artigos de couro também foi observada em marcas como Cartier e Montblanc. Em 2019, a Cartier lançou a popular carteira "Guirlande de Cartier", uma mala de senhora octogonal vermelha projetada para imitar o visual de uma caixa de joias. Influenciadores como Poppy Delevingne ou Bryanboy foram fotografados com essa peça geométrica, destacando a sua popularidade.


Por sua vez, a Montblanc expandiu a sua coleção em artigos de pele, focando-se na versatilidade do guarda-roupa masculino. A linha inclui messenger bags, sacos de lona e malas utilitárias. Além disso, a "Extreme 3.0 Leather Collection" da Montblanc introduziu novos produtos, atendendo a um estilo de vida em movimento como mochilas, carteiras, estojos para smartphones e malas de viagem, diversificando ainda mais a marca além das suas famosas canetas.

Mas por que a indústria da joalharia se está a expandir para o setor de artigos de couro? Simplificando, as marcas de joalharia estão a capitalizar o valor líquido projetado da indústria de artigos de couro de luxo, que é de aproximadamente 271,83 bilhões de dólares, em comparação com a receita projetada do mercado mundial de joalharia, que pode atingir 310,90 bilhões de dólares. Além disso, o mercado de vestuário e produtos de couro tem crescido significativamente nos últimos anos, refletindo-se nas coleções de moda de 2024. Marcas de luxo como Louis Vuitton e Gucci têm dado ênfase às malas e aos artigos de couro nas suas coleções tanto masculinas quanto femininas. Essa estratégia pode ser uma forma de expandir a base de clientes das marcas de luxo, especialmente em tempos de possível recessão económica que poderia afetar as vendas de artigos de luxo. Trata-se também de uma indicação clara para outras marcas de luxo que não começaram a sua atividade como marcas de artigos em pele, de que estas receitas estão prontas para serem colhidas.

A título de exemplo, no que diz respeito a dados do mercado europeu, a posição da categoria de acessórios entre as grandes marcas de luxo ainda é muito importante. Entre eles, os acessórios da Gucci representaram 35%, a Bottega Veneta respondeu por 21% e a Hermès atingiu 57%. Do ponto de vista do preço, o valor de retalho das carteiras de quase todas as principais marcas de luxo é superior a 1.000 euros, e o preço médio situa-se entre 2.000 e 2.500 euros, com exceção da Hermès, cujos 58% dos produtos custam mais de 3.500 euros.

À medida que as marcas de luxo evoluem para casas de estilo de vida, a sinergia entre os diferentes departamentos torna-se cada vez mais importante para garantir a consistência e a sustentabilidade, bem como para evitar a diluição da marca. Embora as coleções de moda sejam lançadas pelo menos quatro vezes por ano, o desenvolvimento de relógios e jóias pode demorar anos. Para enfrentar tais desafios, as marcas criaram abordagens distintas para reunir os seus diferentes departamentos em colaboração.

A “rixa” entre a Richemont e a LVMH também desempenha um papel significativo neste cenário. O grupo Richemont, que detém marcas como Cartier e Montblanc, tem uma história complexa com a LVMH, sua concorrente e colega no conglomerado de luxo. Em maio de 2023, o presidente do Grupo Richemont, Johann Rupert, encerrou os rumores de aquisição, afirmando que a empresa não estava à venda, após o Grupo Richemont rejeitar a ideia de uma aquisição pela LVMH. No entanto, em julho do mesmo ano, a Richemont adquiriu uma participação de controlo na famosa maison italiana de calçados, a Gianvito Rossi. A Richemont destacou que o calçado Gianvito Rossi incorpora a melhor expressão do artesanato "made-in-Italy", aproveitando a longa tradição de fabrico de calçado de luxo.

A competição subjacente entre a holding de bens de luxo suíça (Richemont) e o conglomerado multinacional francês (LVMH) não se limita a isso. Em 2021, a Richemont expandiu o seu portfólio de moda e couro ao adquirir a famosa maison belga de artigos de couro de luxo, Delvaux. Esta aquisição permitiu à Delvaux alavancar a sua presença global e capacidades digitais, consolidando ainda mais a posição da Richemont no mundo dos artigos de couro e acessórios. Com a Verdeveleno, uma empresa espanhola conhecida pela sua experiência no curtimento e acabamento de peles exóticas, a LVMH reconheceu que a sua aquisição permitiria ao Grupo Verdeveleno investir ainda mais na qualidade, na atenção à cadeia de abastecimento, na rastreabilidade e na sustentabilidade, e permitir uma grande comunidade de indivíduos que são artesãos e artesãos de excelência na indústria do couro de luxo em todo o mundo.


Voltando à Bvlgari, a marca de joalharia uniu-se ao conceito "umbrella" da LVMH em 2011. Esse conceito é liderado por Bernard Arnault, a pessoa mais rica do mundo segundo a Forbes pelo segundo ano consecutivo. Arnault é um magnata do comércio e compreende a importância do sector de moda e artigos de couro na LVMH. Em 2023, as vendas da LVMH superaram as previsões dos analistas, apresentando um aumento de 13% no crescimento orgânico em relação a 2022. Novos investimentos e diversificação de portfólio são estratégias de longo prazo. O grupo de luxo Kering também ressaltou que contratempos financeiros de curto prazo não necessariamente significam um desastre para os objetivos de longo prazo. A nomeação de Mary Katrantzou para a Bvlgari reforça ainda mais o domínio da LVMH no sector de moda e artigos de couro. Essa nomeação é o primeiro passo para o novo "legado em pele" da maison. O tempo dirá se Katrantzou terá sucesso na próxima coleção de artigos em pele da Bvlgari.

Independentemente do sucesso no futuro, a Bvlgari, sob a LVMH, já conquistou o primeiro lugar na importância comercial dos artigos em pele nas maisons de joalharia e relojoaria, ao nomear formalmente uma designer de renome. É de se esperar que a concorrência siga o exemplo, assim como outras casas do grupo LVMH, numa corrida pelas receitas.

0 comentários


Localizado junto ao miradouro de São Pedro de Alcântara, o "La Fiorentina" abriu a sua primeira filial fora do Rio de Janeiro, na capital portuguesa. Tendo recentemente saído do Leme e aberto portas em Ipanema e Barra, o conceito de restauração italiana carioca chega agora a Lisboa, ficando situado numa área famosa pelos casarões do século XIX, bares animados e lojas exclusivas, bem próxima do Príncipe Real.

Fundado em 1957 na “cidade maravilhosa”, é conhecido sobretudo pelo seu ambiente boémio e alegre, sendo frequentado por algumas das maiores celebridades dos meios artísticos e intelectuais brasileiros. “Tal como no Rio, também aqui em Lisboa, a nossa especialidade vai ser a cozinha italiana de grande qualidade, mas a preços acessíveis”, partilhou o empresário Omar Peres, conhecido carinhosamente como “Catito”, aos convidados, numa inauguração que contou com dois dias. Antes de abrir ao público, Omar realizou dois eventos de inauguração, a 9 e 10 de abril: o primeiro, destinado a artistas e jornalistas portugueses; o segundo, no qual tive o prazer se ser incluído, para amigos portugueses e brasileiros residentes em Portugal.

O próximo espaço a ser aberto será em Madrid, em Espanha. Tal como no Rio e agora em Lisboa, todas as filiais do “La Fiorentina” vão ter as paredes cobertas por fotografias e autógrafos. Entre as imagens da filial portuguesa, podemos encontrar dispostas em molduras as de Tom Jobim, Jô Soares, Chico Anysio, Glauber Rocha e de muitos outros actores e músicos brasileiros facilmente reconhecíveis. Rita Hayworth, Brigitte Bardot e Jean Paul Belmondo figuram ao lado de Amália Rodrigues, Jorge Palma, Raul Solnado, Carminho, Ricardo Pereira, Margarida Vila Nova, Carlos Avilez, entre outros do panorama artístico nacional.

Além disso, o "La Fiorentina" lisboeta conta com 120 lugares e está aberto todos os dias a partir do meio-dia, com a cozinha sempre a trabalhar. Omar “Catito” Peres, que também adquiriu há 10 anos outro restaurante icónico do Rio de Janeiro, o Bar Lagoa, fundado há 90 anos, explica que o “La Fiorentina” alfacinha vai funcionar “até ao último cliente”. De facto, a filial de Lisboa funcionará “sem hora certa para fechar”, garantiu, considerando ainda que, mais do que um restaurante, o espaço pretende ser uma “referência cultural” de encontro e convívio a qualquer hora do dia ou da noite.


La Fiorentina
Rua São Pedro de Alcântara, 65, Lisboa
Horário: aberto todos os dias a partir do meio-dia, sem hora certa para fechar
Reservas: 966 367 028


Caruso retratou desta forma alguns dos muitos frequentadores conhecidos do restaurante carioca

0 comentários

A artista japonesa Yayoi Kusama (Japão, 1929) expõe em Serralves, até 29 de setembro, mais de 160 pinturas, desenhos e esculturas sobre a sua história de vida e obra. A mostra "Yayoi Kusama: 1945 – HOJE" está organizada cronologicamente e por temas: Infinito, Acumulação, Conectividade Radical, Biocósmico e Morte e Força de Vida. Esta é a maior retrospectiva da artista na Europa e, em simultâneo, a sua primeira mostra individual no nosso país.

Os mais de 160 trabalhos narram a história da vida e obra da artista japonesa, hoje com 95 anos, e exploram a sua carreira desde os seus primeiros desenhos, realizados na sua adolescência, durante a Segunda Guerra Mundial, às suas obras mais recentes de arte imersiva. A curadora da exposição, Filipa Loureiro, revelou que a exposição não se circunscreve ao museu, mas estende-se também ao parque de Serralves onde as suas famosas abóboras amarelas com bolinhas pretas e o "Narcissus Garden" (esferas de aço inoxidável de diferentes dimensões) estão a ser exibidas.

A exposição reúne imagens pintadas por Yayoi Kusama ao longo da sua carreira. Essas imagens transmitem as suas experiências psicológicas e emocionais, bem como a ideia de infinito. Além disso, a exposição inclui obras mais antigas que abordam a destruição testemunhada durante a Segunda Guerra Mundial. Entre os trabalhos expostos, encontram-se padrões circulares que funcionam como metáforas para o sol, a terra e a lua. Também estão presentes peças "semi-representacionais" com cores fortes e saturadas, retratando perfis de mulheres e brotos de flores em cenas que simbolizam a vida humana e vegetal. Esta exposição foi concebida e organizada pelo Museu de Cultura Visual M+ de Hong Kong, em colaboração com a Fundação de Serralves e o Museu Guggenheim de Bilbau.


Mas quem é Yayoi Kusama?

 

Ela é uma das artistas mais importantes do nosso tempo, conhecida pelas suas instalações imersivas chamadas "Infinity Mirror Rooms". A sua estética incorpora luz, bolinhas e abóboras. Kusama ganhou destaque nos anos 1960 em Nova Iorque, onde realizou happenings provocantes e exibiu pinturas alucinatórias com loops e pontos, que ela chamou de "Redes Infinitas". Além disso, ela influenciou Andy Warhol e antecipou a ascensão da arte feminista e pop. As suas obras já foram exibidas no Museu de Arte Moderna, no Centro Pompidou, na Tate Modern e no Museu Nacional de Arte Moderna de Tóquio. Em 1993, Kusama representou o Japão na Bienal de Veneza. Atualmente, o seu trabalho é regularmente vendido por valores de sete dígitos no mercado secundário. Ao longo de sua diversificada carreira, Kusama continuou a explorar os seus próprios transtornos obsessivo-compulsivos, sexualidade, liberdade e percepção.



 

Influências na sua obra


Surrealismo: Kusama foi inspirada pelo movimento surrealista, especialmente pelos trabalhos de Salvador Dalí, e também se interessava em explorar o subconsciente e a imaginação através da arte.

 

Minimalismo: Kusama também foi influenciada pelo movimento minimalista, especialmente pelos trabalhos de Donald Judd e Sol LeWitt. Apreciava a simplicidade e a limpeza das formas minimalistas, mas também gostava de subverter essas ideias ao adicionar os seus próprios padrões e cores.

 

Arte pop: Kusama participou no cenário artístico de Nova Iorque durante a era da arte pop e foi influenciada por artistas como Andy Warhol e Claes Oldenburg. Gostava da natureza popular e acessível da arte pop e incorporou alguns desses elementos nas suas próprias obras.

 

Cultura japonesa: Kusama cresceu no Japão durante a Segunda Guerra Mundial, e a cultura japonesa teve uma forte influência na sua vida e trabalho. Foi influenciada pela arte tradicional japonesa, como a arte do ukiyo-e e a cerimónia do chá, e também pela cultura pop japonesa, como a música e a moda.

 

Doenças mentais: Desde a infância, Kusama sofre de transtornos mentais, que influenciaram profundamente a sua arte. Utiliza padrões repetitivos para expressar sentimentos de ansiedade e obsessão, e incorpora elementos de alucinação e delírio em algumas das suas obras.




As abóboras e as bolas

 

Kusama tem um fascínio por abóboras desde a infância no Japão, e as bolas ou pontos também são uma obsessão que começou na sua infância, quando experienciava alucinações com pontos cobrindo tudo no seu campo de visão. Estes elementos têm sido recorrentes na sua arte.

Kusama tem utilizado a abóbora como um elemento fulcral na sua arte desde a década de 1950, incluindo esculturas de abóbora em várias formas e tamanhos, bem como pinturas e desenhos de abóboras. A abóbora para a artista é uma forma simples e humilde, mas também uma representação da fertilidade, da abundância e da vida. As bolas ou pontos, que exerceram uma experiência de "visão obsessiva" também se tornaram uma fonte de inspiração para a sua produção artística. Para Kusama, as bolas e pontos representam uma sensação de unidade e infinito. Já a abóbora é um objeto que transmite uma sensação de alegria e esperança, e é um símbolo recorrente da sua arte repleta de imaginação e a fantasia.


 

Como se tornou tão famosa?

Yayoi Kusama tornou-se famosa por várias razões. Em primeiro lugar, o fenómeno das redes sociais, especialmente o Instagram (verifiquem, por exemplo, #YayoiKusama ou #InfiniteKusama), desempenhou um papel crucial, com milhares de pessoas a se fotografarem nas suas instalações e a compartilharem nas respetivas redes sociais, criando uma enorme visibilidade para o seu trabalho. Além disso, a sua colaboração com a Louis Vuitton em 2012 e novamente em 2023 também contribuiu para aumentar a sua fama, trazendo a sua arte para o mundo da moda de luxo.



A mostra em Serralves é uma oportunidade única para os portugueses experimentarem a maior retrospetiva da artista japonesa na Europa que, mesmo aos 95 anos, continua a criar, apesar de viver há quase cinquenta anos num hospital psiquiátrico, quando o transtorno obsessivo-compulsivo e as alucinações que a atormentam desde a infância começaram a agravar-se. “Tem o seu atelier próximo do hospital, onde faz os tratamentos, mas continua a trabalhar todos os dias”, partilha Filipa Loureiro, curadora da exposição. Até 29 de setembro, no Porto, podem visitar a montagem da ambiciosa retrospetiva “Yayoi Kusama: 1945 — Hoje”.

0 comentários


Numa primeira e inovadora parceria entre uma casa de moda de luxo italiana e uma empresa espacial comercial, a Prada apresenta a sua colaboração com a Axiom Space, líder do sector e arquitecta da primeira estação espacial comercial do mundo, para os fatos espaciais lunares da NASA para a missão Artemis III. Sendo a primeira aterragem lunar com tripulação desde a Apollo 17 em dezembro de 1972, esta missão Artemis, planeada para 2025, será também a primeira a colocar uma mulher na Lua.

A Prada está incumbida de desenhar e produzir os fatos espaciais lunares para a missão Artemis III. O fato espacial AxEMU fornecerá aos astronautas capacidades avançadas para a exploração espacial, ao mesmo tempo que oferece à NASA sistemas humanos desenvolvidos comercialmente, necessários para aceder, viver e trabalhar na Lua e à sua volta. Evoluindo o design dos fatos espaciais da Unidade de Mobilidade Extraveicular de Exploração (xEMU) da NASA, os fatos espaciais Axiom Space X Prada foram criados para proporcionar maior flexibilidade, maior proteção para resistir a um ambiente hostil e ferramentas especializadas para exploração e oportunidades científicas. Utilizando tecnologias e design inovadores, estes fatos espaciais permitirão uma maior exploração da superfície lunar do que antes.

Os engenheiros da Prada vão trabalhar em conjunto com a equipa da Axiom Space Systems durante todo o processo de concepção para desenvolver materiais e características de raiz que irão proteger os astronautas contra potenciais problemas ambientais enquanto estiverem no espaço e no ambiente lunar. Lorenzo Bertelli, Diretor de Marketing do Grupo Prada, afirma que as décadas de experimentação e know-how de design da Prada - "que começaram nos anos 90 com o desafio da Luna Rossa para a America's Cup" - serão agora aplicadas ao design dos fatos espaciais lunares da NASA para a era Artemis.

Até ao momento, a Prada e a Axiom Space afirmam que estes novos fatos espaciais são uma versão melhorada do vestuário da NASA que os astronautas utilizam para as viagens espaciais. Os mesmos serão concebidos para serem mais flexíveis, proporcionarem uma melhor proteção contra as duras condições do espaço e estarem equipados com ferramentas avançadas que permitem aos astronautas fazer experiências e explorar a Lua com facilidade.


Os novos fatos utilizam tecnologias e técnicas de conceção novas e avançadas para ajudar os astronautas a explorar a lua de forma mais eficaz, mas tanto a Prada como a Axiom Space ainda não definiram quais são tais características. Michael Suffredini, Diretor Executivo da Axiom Space, afirma que "os conhecimentos técnicos da Prada em termos de matérias-primas, técnicas de fabrico e conceitos de design inovadores trarão tecnologias avançadas que serão fundamentais para garantir não só o conforto dos astronautas na superfície lunar, mas também as tão necessárias considerações sobre os factores humanos, ausentes nos fatos espaciais".

De acordo com o Professor Jeffrey Hoffman, que voou em cinco missões da NASA e realizou quatro passeios espaciais, a manutenção de um bom ambiente térmico é, de facto, o mais importante. "Um fato espacial é como uma nave espacial em miniatura. Tem de fornecer pressão, oxigénio e manter uma temperatura razoável", defendeu.


A missão Artemis III, com design da Prada, seguir-se-á à Artemis II, que envolverá o voo de uma cápsula à volta da Lua no final de 2024 ou no início de 2025. Esta missão Artemis II terá a primeira mulher e o primeiro astronauta negro a serem destacados para uma missão lunar - Christina Kock e Victor Glover, respectivamente.

0 comentários


Com uma nova formulação com 100 µg (4000 UI) de vitamina D3 dissolvidas em azeite extraído a frio, as pequenas cápsulas de gelatina mole da BioActivo Vitamina D Forte + contribuem para o normal funcionamento do sistema imunitário, nomeadamente dos ossos, dentes e músculo, uma vez que a vitamina D tem um papel importante no que respeita à absorção do cálcio.

Fabricado sob controlo farmacêutico, as 80 cápsulas do BioActivo Vitamina D Forte + são de tamanho reduzido o que faz com que sejam fáceis de engolir, contudo, podendo também ser mastigadas. Estudos científicos demonstraram que o BioActivo Vitamina D Forte + tem uma elevada absorção no organismo.

A vitamina D é uma vitamina solúvel em gordura, por isso é necessária a existência de gordura para a que a vitamina seja absorvida no intestino. Tal como outras vitaminas, a vitamina D é essencial para o nosso organismo. Existem vários tipos de vitamina D, porém as duas formas mais importantes são a vitamina D2 (ergocalciferol) e vitamina D3 (colecalciferol). A vitamina D3 é a forma que é sintetizada na pele quando nos expomos a uma quantidade razoável de luz solar, ou um tipo similar de radiação UV.

A vitamina D derivada da luz solar é uma fonte de vitamina D eficaz, mas apenas é produzida quando o sol está elevado. Em grande parte da Europa, isso só acontece durante o período de Verão e, portanto, só nessa época do ano será possível produzir níveis suficientes da vitamina D. A vitamina D2 encontra-se disponível apenas na alimentação, sendo produzida por determinados fungos e plantas quando expostos à luz ultravioleta. Ambas as vitaminas D2 e D3 requerem uma activação no fígado e nos rins para se tornarem biologicamente activas.

A ciência acreditava que as duas formas de vitamina D eram igualmente eficazes no corpo, contudo, dependendo do método de medição utilizado, a vitamina D3 acaba por ser 56 a 87% mais eficaz do que a vitamina D2 quando se trata de aumentar os níveis sanguíneos de vitamina D. Além disso, estudos apontam que a vitamina D3 seja armazenada no tecido gordo 3x de forma mais eficaz do que a vitamina D2.


A vitamina D tem uma série de funções importantes no organismo. Por exemplo, a vitamina D:

- É importante para a divisão celular normal

- Ajuda a manter ossos e dentes saudáveis

- Contribui para a normal absorção e utilização do cálcio e do fósforo

- Desempenha um papel importante no sistema imunitário e função muscular

 

Quanto a boas fontes, a vitamina D dificilmente é encontrada em vegetais, surgindo de forma reduzida nos lacticínios e em maior quantidade em alguns animais. Algumas das melhores fontes são: óleo de peixe, fígado de bacalhau, ovos, fígado e manteiga.

 


A importância da vitamina D

 

Embora a vitamina D não seja das vitaminas mais populares, é uma das mais importantes. Auxilia o organismo na absorção e utilização do cálcio, sendo essencial para o desenvolvimento dos ossos e dentes. Estas propriedades da vitamina D ajudam a prevenir doenças decorrentes da carência de cálcio, como a osteoporose e o raquitismo, afetando principalmente crianças e resultando em pernas arqueadas e joelhos voltados para dentro. Além disso, a vitamina D indiretamente estimula as funções nervosas, protege contra a fraqueza muscular, promove contrações musculares normais e regula o ritmo cardíaco. Também fortalece o sistema imunitário ao estimular o timo a produzir células que eliminam bactérias, vírus e outros micróbios causadores de doenças.


Apesar da sua importância em vários aspectos, a vitamina D só foi descoberta recentemente. Na década de 1930, os cientistas isolaram a substância do óleo de fígado de bacalhau, posteriormente chamada vitamina D. Descobriu-se também que o desidrocolesterol, encontrado na pele, produzia uma substância semelhante quando irradiado com luz ultravioleta. Devido à capacidade do organismo de produzir vitamina D quando exposto à luz solar, ficou conhecida como a "vitamina do sol". Curiosamente, apesar de ser classificada como uma vitamina, a vitamina D atua como uma hormona. Depois de ser ingerida através de alimentos ou suplementos, ou produzida na pele pela exposição ao sol, a vitamina D é metabolizada no fígado e depois nos rins, onde se torna utilizável pelo organismo. O excesso de vitamina D é armazenado nas células adiposas.




Em países ensolarados como Portugal, a suplementação de vitamina D pode parecer desnecessária, mas durante o outono e o inverno, quando a exposição solar é mais limitada, e devido à falta de tempo para uma exposição solar regular, pode ser necessário tomar suplementos, como é o caso do BioActivo Vitamina D Forte + de que aqui falo. É sempre recomendado tomar suplementos vitamínicos com alimentos para aumentar a sua absorção, especialmente as vitaminas lipossolúveis, como A, D, E e K, que devem ser consumidas com alimentos que contenham alguma gordurosa.



 

0 comentários


Quinto filme do “franchise” (se é assim que se pode denominar) sobre o Anticristo, “O Génio do Mal - O Início” vem revigorar o universo deste género de terror com uma realização exímia, um excelente elenco e um argumento bem trabalhado. Eu fui assistir à sua antestreia a convite da NOS, no cinema do Colombo, e saí da lá com calafrios... sim, porque para mim há dois tipos de filmes de terror: os que abordam o sobrenatural, que metem desde Drácula a múmias, e os de origem religiosa, que abordam temas mais próximos, com os quais mais nos identificamos e que, por isso, mais tememos. Quem não se lembra de “O Exorcista” de 1973


Seguindo o exemplo de outras séries como Halloween ou The Exorcist, que receberam reinvenções e expansões modernas, “O Génio do Mal - O Início” (“The First Omen” no original) é a mais recente sequela de uma linha de terror de longa data. A funcionar como “prequela” do clássico "The Omen", com várias associações aos eventos deste primeiro filme da série e servindo como uma inesperada explicação sobre a paternidade biológica de Damien Thorn, "O Génio do Mal: O Início" passa-se em 1971 e acompanha Margaret, uma jovem americana enviada para Roma com o objetivo de servir a Igreja. Num convento italiano, depara-se com algo que a leva a questionar a própria fé e descobre uma conspiração aterradora que visa provocar o nascimento do mal encarnado...


Foi em 1976 que Richard Donner realizou o primeiro filme de "The Omen" (“O Génio do Mal”), com base num argumento de David Seltzer, onde os actores Gregory Peck e Lee Remick deram vida ao casal que adoptou Damien, um rapaz que mais tarde perceberam ser o filho do Diabo. Seguiram-se dois outros filmes, ambos a versarem sobre a ascensão de Damien na adolescência e na idade adulta. Em 1991, um filme para a televisão apresentou uma rapariga como o novo Anticristo e uma recriação, "The Omen" estreou nos cinemas em 2006, tendo sido seguida pela série televisiva "Damien". Neste novo capítulo, o espírito de continuidade dá-se precisamente no ecrã quando surge uma imagem de Gregory Peck numa fotografia.


Este “O Génio do Mal: O Início” pretende ser a origem dessa história, retomando a temática da trilogia original, mas centrando-se em algo pouco explorado pelos seus antecessores: o papel da mãe. Margaret (Nell Tiger Free), a jovem freira norte-americana que incorre numa tentativa de fazer os seus votos finais, não imaginava ver-se envolvida numa conspiração macabra com o objectivo de fazer nascer o Anticristo. Acolhida num convento administrado pela sinistra Irmã Silva (Sónia Braga), tudo aponta para que uma órfã ostracizada, Carlita (Nicole Sorace), com recorrência habitual no intitulado "quarto do mal”, esteja destinada a carregar no seu ventre o herdeiro das trevas. Este novo episódio especula sobre uma certa facção da Igreja, que pretendia redimir-se e reconquistar fiéis com a introdução do Anticristo na sociedade. No centro, temos a convincente postura de Margaret com a sua sanidade posta à prova. O contraste da sua presença numa noitada italiana ao lado do entusiasmado Paolo (Andrea Arcangeli), é afirmado quando ela se mostra bem-comportada, ao lado da sexy e eufórica Luz (Maria Caballero), sua colega noviça da ordem sacra.


Sob o comando da estreante realizadora Arkasha Stevenson — que até então apenas havia realizado episódios para televisão — a premissa dá vazão ao terror contemporâneo. Criaturas nas sombras, sustos ardilosos e ambientes escurecidos são técnicas que mais pertencem ao terror do século XXI do que à década que o filme homenageia. Contudo, originalidades não tardam a surpreender, evidenciadas logo ao início na abertura do filme, numa alusão algo perversa a uma das mortes mais famosas do filme original. O tom logo aqui estabelecido é apropriado e sintomático: assistir a “O Génio do Mal - O Início” é ser-se surpreendido constantemente, quer pela narrativa, quer, sobretudo, pela realização. Um domínio de Stevenson que demonstra, na composição de quadros e planos convincentes, uma mise-en-scène que nos conecta a um repertório do género (“Suspiria”, “O Bebé de Rosemary” e o já mencionado “O Exorcista” são alguns dos paralelos).


Quanto aos protagonistas, Nell Tiger Free é eximia no “malabarismo” que faz entre santidade e perversão, começando timidamente e desembocando numa crueza digna da actriz francesa Isabelle Adjani em “Possessão” (1981) — a qual parece homenagear no clímax. A antagonista Sónia Braga incorpora, com destreza, a postura incólume da Igreja Católica. Bill Nighy assume também uma das personagens principais, como Cardeal. E Ralph Ineson interpreta o religioso Brennan.

“O Génio do Mal - O Início” surge como uma ousada produção causada por um certo apetite de Hollywood por mais e novas sequências. E deixa um fio condutor que poderá resultar numa sequela... Mas é sem dúvida um filme que se propõe eficazmente a meter-nos medo, e muito.

 

0 comentários

Recentemente, através da plataforma Lego Ideas, que transforma os conceitos enviados pelos seus utilizadores em potenciais conjuntos, dois projetos feitos por fãs espelham fielmente o design de um rádio e de uma câmara vintage.

O rádio Lego vintage reproduz qualquer música fazendo uso do smartphone e do respetivo assistente de voz. Mehdi Rustamov, conhecido como dimexart, traz uma recordação do passado ao empilhar peças de Lego e criar um rádio vintage que pode reproduzir qualquer música. O designer capta o aspeto retro de um rádio de antigamente, desde os botões de volume às teclas, todos funcionais. Este modelo de rádio vintageé composto por 1130 peças Lego e, no início, dimexart apenas tinha feito uma versão em objeto do rádio em estilo retro. Contudo, em janeiro de 2024, modificou a parte traseira de forma a abrir como um leitor de cassetes, permitindo que os utilizadores introduzam os seus smartphones e peçam aos seus assistentes de voz para reproduzir qualquer música, tornando o rádio vintage totalmente funcional.

Para além dos botões e teclados de volume que funcionam, Mehdi Rustamov passou o seu tempo a desenhar a grelha do altifalante frontal, que é uma das suas partes favoritas do rádio Lego vintage. Também criou sintonizadores de roda dentada dentro do rádio vintage para que, quando se rodasse as partes frontais, o ponteiro vermelho balançasse para a frente e para trás.


Já o conjunto de câmara instantânea Polaroid é feito de 516 peças, capturando igualmente a nostalgia... De facto, aqui a Lego volta a embarcar numa viagem nostálgica com um modelo de réplica em peças da icónica Polaroid OneStep SX-70, com riscas de arco-íris. Revelado na LEGO Ideas, este projeto inclui até o mecanismo de clique caraterístico. Apesar do seu aspeto e som autênticos, é importante notar que esta versão Lego não consegue captar imagens. No entanto, o processo de construção continua a ser muito interessante e agradável!


Acompanhada por três "fotografias" instantâneas, onde uma das ilustrações fotográficas apresenta um retrato do inventor da Polaroid, Edwin H. Land, esta câmara foi concebida para interação, onde os utilizadores podem escolher uma fotografia Polaroid, colocá-la na câmara e simular a respetiva ejeção premindo o botão vermelho do obturador.


Peças em braille da Lego acessíveis a crianças cegas e com deficiência visual



Apesar da genialidade de alguns, a Lego não deixou de avançar. E após o anúncio inicial dos seus Braille Bricks em 2019, a Lego colocou o kit disponível para compra pela primeira vez. O anúncio foi feito após uma resposta esmagadora e positiva de todo o mundo. Até agora, a Fundação LEGO tinha distribuído os kits gratuitamente, como parte de um programa piloto, a organizações especializadas na educação de crianças com deficiências visuais.


As peças foram especialmente concebidas para ajudar crianças e adultos cegos e com deficiência visual a aprender braille. Cada um dos 287 Lego Braille Bricks é moldado com tachas para representar uma letra ou número diferente no alfabeto braille. Estas peças especiais estão disponíveis em cinco cores - branco, amarelo, verde, vermelho e azul - e são totalmente compatíveis com os brinquedos Lego existentes.



O conjunto Lego Braille Bricks também inclui duas placas de base, enquanto a embalagem integra um relevo em braille. Para complementar a experiência de brincadeira e apoiar o desenvolvimento de competências pré-braille, o Grupo Lego oferece uma série de "iniciadores de jogo" de apoio em Lego.com, que guiarão os utilizadores na orientação, fixação e empilhamento das peças através de jogos como Pedra, Papel, Tesoura, nos quais podem participar jogadores com visão total e parcial.


Rasmus Løgstrup, Designer Principal do Grupo Lego para os Lego Braille Bricks comenta: “Quando as crianças brincam, aprendem competências vitais para toda a vida, por isso ficámos entusiasmados com a receção que os Lego Braille Bricks tiveram em ambientes educativos. Fomos inundados com milhares de pedidos para os tornar mais amplamente disponíveis, por isso sabíamos que tínhamos de o fazer acontecer!”



Durante o programa piloto original, os Lego Braille Bricks foram testados em línguas como o dinamarquês, norueguês, inglês, português, alemão, espanhol e francês - incluindo caracteres especiais. Para começar, o kit ficou disponível para venda a 1 de setembro de 2023 - as versões italiana, alemã e espanhola apenas foram incluídas no início de 2024. 


O Grupo LEGO também estabeleceu uma parceria com a aplicação móvel gratuita Be My Eyes. A popular aplicação liga pessoas cegas e com visão parcial a empresas para as ajudar nas tarefas diárias através de uma videochamada em direto. Como parte da parceria, os colegas do Serviço de Apoio ao Cliente da Lego prestam assistência visual confidencial e em direto através da aplicação, abrangendo apoio numa vasta gama de tópicos, desde o unboxing até ao apoio geral ao produto.



Mike Buckley, Presidente e Diretor Executivo da Be My Eyes, afirma: "O facto de o Grupo Lego estar a investir na inclusão é enorme, porque muitas pessoas da comunidade cega e com baixa visão já adoram e apreciam os produtos Lego. A Be My Eyes sente-se incrivelmente honrada com a parceria com o Grupo Lego para permitir e inspirar a criatividade de construtores cegos e com baixa visão em todo o mundo".

0 comentários